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Há mulheres que fedem!

É preciso acabar com esse dislate de afirmar que são os homens-tipo-servente-de-pedreiro-e-outros-engravatados-até que atribuem o sabor amargo à palavra odor.

Não. Basta! Não quero voltar a ouvir um vexatório: "Cheira mal como o car%&$#!".

Que ninguém se atreva a escrever que o sovaco feminino não emana vapores de pé-sem-meia-em-sapatilha-Nike-numa-bela-tarde-de-Sol!

Compartilhando mágoas:

A senhora ia no 22. Ia com uma miúda. Talvez neta ou sobrinha. Era a mesma que ontem a acompanhava.

Hoje, a companhia continuava conversadora, mas não viajava no banco vago, imediatamente ao lado da senhora. Não. Ia sentada na cadeira do outro lado do corredor.

E, não, não era porque as unhas pretas da dita senhora a repugnassem, pois ela própria também ostentava belos espécimes. Não unhacas pretas, besuntadas de um qualquer trés fashionnable verniz noir. Era preto-sujo, mesmo.

Mas enfim, não nos desviemos do cerne (->cherne->Barroso->isto vai acabar por cheirar mal) da questão.

O que afastava esta rapariga, que apesar de ainda jovem mostrou-se, sem grande espanto para mim, uma profunda conhecedora de causa, era esse tão intenso perfume a pé-sem...-tralala.

E este improvisado "tralala" não é mais do que uma vã tentativa  de animar-me e esquecer aquela bombista-suicida da pior espécie. Não às armas químicas!!!

E ainda há quem cante qualquer coisa sobre cheirar bacalhaus e isso...

Homens deste país, estais ilibados. Elas também fedem! E de que maneira, suas malucas!

Um parêntesis -> "(" Não vão haver aqui reles piadas assentes no verbo feder, tipo esta básica: eu fedo, tu fedes, ele fede, nós... ;-). Não vão haver, ok?

Não, nem todas são portadoras de semelhante nefasto odor. Nem sequer a maioria. Mas, que fique bem claro, elas existem.

Bom, esta história já começa a cheirar... deixem-me mas é ir apanhar ar nas virilhas.

P.S. - Eu, aterrorizada vítima desta vil descarga poluente, estava encurralado no banco de trás. Ontem, devo ter escapado, por sorte. Amanhã, viajo de pé. Garantido.