terça-feira, junho 08, 2004

Terça

Afinal, este blog não sou eu.
Não me reduzo ao que escrevo. Não sou aquilo que me deixo ler. Não existo enquanto ser escrevinhador, solitário frente a um qualquer monitor, reflectindo, gracejando ou simplesmente arrotando sentimentos de partilha comunitária.
A verdade está lá fora. A verdade não é mais do que o quotidiano.
Aí revejo-me. Aí encontro-me com as minhas imperfeições, os meus medos e inseguranças.
Nesse balanço faz-se o meu Eu. Das idas e regressos, dos desvarios e desavindas sou feito. Que, daqui só me saem letras, não sorrisos, não negações, não egoísmos, nem irritações.
Venham daí essas relações, esses convívios tantas vezes fartos de decepção.
Quero é viver. Porque mais não faço do que reviver.
Este é o sítio das retrospectivas, do raciocínio desfasado de situação, de sentimentos que, de tão límpidos, não têm ponto de confluência. Aqui, tudo é paralelo. Não há encontros.
Tudo sai, como sai. Sem ter em conta que lá fora, na rua, todos pensam assim, só não descobriram um espaço onde despejar semelhantes fardos.
E hoje até está Sol.

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