quarta-feira, setembro 06, 2006

Kayne West - Jesus Walks

Tou cá com uma pica, que nem me aguento.
Até tenho sono, de facto. Mas o calor que sinto é tanto que só me apetece... vir para aqui e destilar, suar que nem um suíno.
E são só vantagens! Nem cheiro, nem formigueiro. Nem padeiro, nem o fruto do pereiro. Aqui só lixo escrito, sem compromissos, nem pagamentos em dinheiro.
Vivó sapateiro. Afinal, passa o dia a martelar e deixa todos c'um andar novo. Por isso, eu, esperto, deixei de deitar meias solas nas botas. Agora, é tudo borracha. Debaixo dos pés, pois claro.
E por falar em pés, hoje faltou-me o pé. Fui ao fundo. Aos doze metros. Vi um choco e um bicho que, de tão raro, nem me lembro do nome. Nem era um bicho. Mais um bichinho. Pequenito, mas giro. Tipo prateado. Sei que é raro avistá-lo. Chega para satisfazer o meu scuba-ego.
Amanhã volto ao mar
Um último mergulho
O curso vai acabar
No fundo não fico, feito entulho
Nadar, nadar, sempre a respirar
No fato, pareço um embrulho
Navegar, navegar
Ó minha cana verde
Desculpa lá ó Fausto
Quando vim à tona estava cheio de sede
E pronto. Já é uma da manhã. Hey!
O Contraste vai fazendo soar um "Vejo a cidade parada, dela por vezes me evado, mas sempre a ela regresso", à laia de aviso. Vai mas é para a cama, enquanto ela te quer receber. E irei. Mas, antes, para respirar um pouco, passarei pela varanda.
A minha varanda dá para o mar. Será que hoje vemos as árvores a arder lá para as serras do Caniço? Triste tristeza. Verei certamente uma cidadezinha parada. Mas essa já está parada há muito tempo.
Enfim, parados e podres no interior aguardamos um regenerador tsunami. Que nos limpe deste paraíso. Se da lava brota a semente, já chega de vegetar, está tudo demente.
Lá vou! E, por hoje, não volto. Não enquanto a madrugada tomar conta de mim, abrançando-me e envolvendo-me, por entre roncos e suores, em prolongados registos de sono. Que já não tenho.
Mas vou. Ainda que partindo as duas pernas, irei. Há mar e mar, há ir e voltar.
Apokalipse - Será que vale a pena?
Vale. Para quem escreve, vale. É à toa, pois é. Toa rima com broa e com canoa. Isto estava para acabar, mas a remos voltei para o mar.
Se esteve para acabar, este post acaba mesmo. O Wainwright canta-me Hallelujah. Ó Rufus, tanta sinceridade, dispensava-a eu!
"Exit Winamp".

1 comentário:

Espectacologica disse...

Que lindo escrito à beira-ar a esvoaçar... :)
E eu lá vou e depois cá volto, para mais escrito arejados, soltos e sôfregos de algo mais, algo menos... assim, pois assim.
Hoje deixo beijos, apetece-me beijos e portanto dou-os, toma lá!
CHUACK! CHAUCKS!