O Marronco voltou, hoje, à vida nocturna.
Não a vida nocturna das tascas, esplanadas, bordéis ou casas de alterne (que estão em alta neste blog!), discotecas e afins.
É trabalho nocturno. Puro e duro! Físico. Feito com acidental sangue, suor, muito suor e também lágrimas.
Trabalho com jovens. Ou, com maior correcção, trata-se aqui de pôr jovens a trabalhar.
Jovens rapazes. Muitos. Mais de dez. Muitos jovens rapazes que gostam do que fazem. Ou julgam que gostam. Pelo menos, afirmam-no.
E eu também gosto do que faço. Faço-os ficarem extenuados. Faço-os lançarem-me olhares gélidos e distantes. Ah, ah, ah, ah (com sarcasmo e eco, por favor)!!! Razão, têm-na eles. Chego por vezes a ser cruel. Sem orgulho, assumo-o.
Amanhã, voltam. Eles voltam. Quase sempre. E regressam com um sorriso. Como se de bons filhos se tratassem, retornam para mais do mesmo. Para ficarem de rastos. Não é giro?
“Porque o fazem?”, pergunto-me eu, já sabendo a resposta.
Três “R”s (como preferirem, “erres” ou “res”):
“R” de Respeito. Não, não me respeitam. Ou melhor, não é por me respeitarem que lá voltam. Respeitam-se. Respeitamo-nos.
“R” de Reconhecimento. Todos cumprimos papéis. Não sou eu a estrela da companhia. Eu sei. Eles talvez não se apercebam disso. Mas assim é. Acham-me “importante”. Vamos à raiz da questão: sem eles... eu não o era. No contexto, não existia. Claro, não lhes digo isto todos os dias...
“R” de Rir. Mais que o melhor remédio, rir é a prevenção. É a mistura de um cházinho quente com o colocar de uma mantinha sobre os pés frios, antevendo-se a chegada de uma gripe. Quem sabe, talvez a dita não nos arrelie.
Rir-se de... Rir-se com... Rir. Provocar um riso. Nem que seja um sorriso. Sinceramente, poucas coisas me dão mais gozo do que provocar um sorriso. Rimo-nos. Juntos. De mim, muitas vezes. Quando se riem de mim, estamos ao mesmo nível. Eles crescem. O colocarem-me em situações embaraçosas incha-lhes o ego. Eu, encolho-me e rendo-me às evidências, rindo com eles. Na diferença, somos iguais.
Já sabem aquela da galinha ninfomaníaca?
Aprendeu a nadar, só para ir aos patos.
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