Oh!

C: - Ehhh pááá! Não me digas nada!

A: - Está bem, está bem, não digo nada, não.

C: - Ouve, rapaz! E não digas nada.

A: - Não digo. Está bem. Não digo nada.

C: - Já te pedi para não dizeres nada!

A: - Mas, eu disse alguma coisa? Não disse nada...

C: - Vais levar no focinho! Já te disse para não dizeres nada, porra!

A: - Nada, como? O que foi que eu disse? Nada, pois...

C: - Oh c'um caraças! E insistes, tu... Cala o bico e não digas nada.

A: - Ok, ok! Se é para não dizer nada, então, não digo.

C: - Olha-me este gajo! Até hoje, nunca me disseste nada. Agora é que vais começar?

A: - Se nunca disse, também não vai ser agora que vou dizer! Nada de nada!

No dia seguinte:

C: - Pelo amor de Deus, pára lá com isso! Não me digas mais nada!

A: - Não me lixes! Digo o que quiser. E, se não quiser, não digo nada. Prontos!

Uma semana depois:

C: - Oh meu sacana, tu tiras-me de mim. Respeita-me e não digas nada!

A: - Ganhaste! Encerrei. Silêncio! Bico! Mai nada!

C sai de cena, por instantes. Volta com uma caçadeira de canos serrados:

C: - Ai é? E agora? Perdeste o pio, não me vais dizer nada, não?

A: - Tu estás a brincar, não estás? Eu não fiz, nem disse nada, homem! Nada!

PUM! PUM!

C: - Eu bem te avisei! Pedi-te para não me dizeres nada, certo?

A: - ...

C: - Foi ou não foi? Nada é nada, grande amigo!

A: - ...

C: - Oh! Amuou... Não é caso para isso. Foi só uma brincadeirinha de nada...