quarta-feira, maio 19, 2004

Cedo

Hoje cheguei cedo. Hoje e quase sempre. 18:47h.
O cenário é preto e bordeaux a toda a volta. Excepto à frente. Aí a cor predominante é o branco. Um imenso branco.
O espaço é amplo. Bastante.
Um alvo clarão faz-se notar. Vem do alto, na retaguarda, sem verdadeiramente incomodar.
A música era conhecida. Qualquer coisa hip-hop ou isso. Não liguei muito.
Um "M" de pipocas salgadas e água. Luso, acho eu. Meio-litro.
Para a frente, ninguém. Atrás, idem. Não estava mesmo ninguém.
Encolhi, recostado no lugar 8 da fila H.
Encolhi, encolhi. Liliputamente pequeno.
E saltei. Cá para fora. Flutuei. Por momentos, breves devem ter sido, senti-me bem. Como há muito não me sentia? Provavelmente. Ou não. Mas, senti-me leve.
De sorriso aberto enfrentei aquela inesperada sensação. Que bom.
Foi.
Chegou alguém. Os meus lábios tardaram em voltar à sua costumeira expressão. Enfim, ria-me só, como um tonto, devem ter pensado.
Devem, sim. Primeiro, um rapaz de que não guardo em memória qualquer traço distintivo. Depois, um casal. Eram dois. Um par. Para descrição de casal, parece-me bem. Sucinta.
Enfim, vindos do nada, acabaram por ser instantes que marcaram este meu dia.
Não ia escrever nada. Mas, já o fiz.

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