É o sonho de qualquer homem.
Ela chega, observa, interessa-se, senta-se... e já está! Consumado. Sem ais, nem mas, nem porquês. Em silêncio. É limpinho!
Eu acabo, limpo o bico, levanto-me e saio. Sem qualquer adeus, sem troca de contactos, nem obrigados, também sem qualquer mas ou porquês. Foi pré-pagamento.
Ela é uma septuagenária. Cabelo branquinho e usa um leve vestido com florzinhas azuis. Óculos.
Eu sou um trintão. Gordo e careca. Óculos.
Ela comeu uma bola de Berlim. Bebeu um copo de leite.
Eu comi uma sopa de legumes e um folhado misto. Bebi um sumo de maracujá.
Ela estava aflita com o açúcar, que já lhe chegava ao nariz.
Eu aflito estava com as gotas de suor que escorriam-me pela testa abaixo.
Ela talvez não tenha querido almoçar sozinha.
Eu não fui a companhia que ela talvez precisasse.
Ela não reclamou.
Eu não agradeci.
Ela foi à sua vida, suponho.
Eu vim à minha vida, marronco.
Table for two, please!
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