quinta-feira, abril 29, 2021

Sinto que não sinto

Gente maravilhosamente desconcertante, esta que se desprende para poder sentir assim. Da loucura e da felicidade, vizinhas.
Nós somos estranhos. Nós, somos os que pensamos. Demais. Dis-pensamos.
De tanto saber, não sei o que sentir, nem sequer como sentir. Sinto que sei coisas e sei que não sinto.
Do conhecimento, não me alimento. Do peito, o lamento. Oco, o tormento. Respiro, o momento. Vivo, com o alento. De sentir, um toque e também o vento.

quinta-feira, abril 08, 2021

Da involução?

Depois de, durante vastas décadas, desejar ser, num apogeu desta simples existência, um sutiã humano, hoje deparo-me com o desejo maior de ainda poder vir a ser um tocador. Um tocador em pessoas.

quinta-feira, junho 15, 2017

Johnão-ão

John é um cão, tem um quintal grande, um verdadeiro quintalão
Estor vive num ninho, quando volta para casa vira um... Estorninho
Sem dor, com vigor, Estor partiu, voou mais longe do que qualquer avião
Em silêncio, John mirou-o, invejou-o e entre patas enfiou o focinho
Estor não mais voltou. John, no seu quintal, continuou ladrando à solidão
Oh, John, porque não amaste Estor e fizeste dele bom amiguinho?
Pois que amá-lo seria uma alegria tremenda, sem comparação
Decerto tudo faria para o ter como o meu mais estimado vizinho
Mas, não, não o quero agrilhoado nesta que é a minha única prisão:
a total ausência de emoção.

terça-feira, junho 23, 2015

Do tacto e do olfacto e da audição e do paladar

Ama-me. Mas, por favor, como se fosses cega.

Todo o abraço apertado é cego

Nada receies, vem cá. Na verdade, é até bastante simples. Abraça-me sempre forte, muito forte, e, assim, não terei como ver imperfeições em ti.

sábado, maio 16, 2015

Pé descalço

Quando não temos para onde caminhar, para que é que queremos sapatos?...

sexta-feira, março 21, 2014

Do difícil que é ser

Não quero ser feliz.
Quero estar feliz.

segunda-feira, março 10, 2014

Bombeando...

Tenho um coração grande. Nele vivem gente boa e sentimentos genuínos.
Quando ele parar, não tenho nada.

sexta-feira, junho 14, 2013

Afinal, este ano ainda não havia postado...

«Pupu de bisalho para os tansos que estão a trabalhar à hora que escrevo.» É ou não é, mesmo, o post scriptum mais engraçado e estúpido que já vi? É. Esta semana, é.

segunda-feira, dezembro 03, 2012

Rasparta

Raspa.
Raspa e raspa.
Raspa, raspa, raspa e raspa.
Raspa, raspa, raspa, raspa, raspa e raspa.
Raspa, raspa e... não sai nada.

segunda-feira, agosto 13, 2012

Das relações

Estado civil: solteiro (de novo).
Devastado! Não é que a nossa relação fosse longa (17 lindos dias!), mas na verdade a entrega foi quase total. Agora, agora acabou-se. Sem, sequer, um "a culpa não é tua, eu é que não estou bem".
Relações intensas, sérias e duradouras? Só em 2016.
P.S. - Sinto um enorme vazio em mim. A esta hora, é capaz de ser fome.

quinta-feira, junho 21, 2012

Puras Expressões Puras II

«Fuck, Ronaldo, come on, you're free to kick me!»

Puras Expressões Puras I

«Shit, I love u!»

terça-feira, junho 05, 2012

sexta-feira, junho 01, 2012

Tales from a taxi driver I've seen once

O problema nem são as peúgas brancas, bem esticadas e com aspecto de terem menos de uma semana de uso. O problema é o que poderá vir atrás dessas peúgas, o que elas podem representar!...
É a vida.

terça-feira, maio 29, 2012

Até toco acordeão, se preciso for...

Hey, menina, não me apontes os teus defeitos, o que melhoravas em ti, o que não gostas de ver no teu espelho!
Aquilo de que gosto, não me cansarei de deleitar-me a olhar, vezes sem conta, estejas tu à vontade ou deixando-te eu, muito pacientemente, à vontade contigo própria. Porque gosto. E partilho.
Perante o que eu não gostar, se eu não gostar, calmamente fecharei os olhos e deixarei que sejam os meus lábios, em beijos suaves e sucessivos, a poder reportar o quanto podes, mesmo, ser bonita.
Vá lá, deixa-me ser cego em ti.

terça-feira, outubro 18, 2011

Mau

"Não há noite em que vá para a cama sem chorar um bocadinho..."

domingo, outubro 02, 2011

Então, até um dia destes...

... foram as tuas últimas palavras, molhadas em lágrimas, antes de desligares o telefone. Sem segunda oportunidade.
Nunca saberás o quanto me custou. Nem interessa. A ti custa mais, muito mais. Oxalá teu coracãozinho lindo sobreviva, sem deixar-se estragar pelo meu toque que destroça. *

terça-feira, agosto 30, 2011

O Aniquilador

FUCK!!! Mais uma vítima. O elefante louco continua a dançar freneticamente naquela mesma loja SPAL, a da esquina. Vasos dinastia Ming transformam-se em minúsculas mi(n)galhas, nem sobrando, qual repasto, para o mais esfomeado dos faquires. É a morte dos sonhos, de outrem. Sempre de outrem. Que a Fénix nos ajude: molestados a sararem as feridas; bestas duras a encontrarem a redenção num longo caminho  farto de castigos, pois merecem padecer. À volta, sempre à volta, a serra atalha momentos de alegria que, invariavelmente, acabam por fazer doer, outrem. Entre voltas e reviravoltas, não há volta a dar. Fugi. Cão, que lambeste, mordeste e fugiste. Cão, o mau.